Quando criança, via pequenos animais onde ninguém mais via.
A noite, ficava na janela olhando e admirando as estrelas, e lembro-me de uma vez cantar para elas, como uma homenagem, agradecendo por serem tão lindas.
Aos nove anos de idade, começaram as premonições, pareciam estranhas, divertidas, mas estranhas.
Podia prever pequenas coisas, como o filme que passaria daqui a uma ou duas semanas, ou qual a próxima música iria tocar no rádio, ou quem iria virar a esquina, se homem ou mulher.
Uma sensação forte veio dois dias antes de meu avô emprestado falecer, tudo que via eram tempestades...e assim foi pra toda família.
Houve vários outros casos.
Foi uma infância difícil.
Lembro-me de me sentir sozinho, diferente, incompreendido.
Lembro de ler muito a bíblia, de ficar fascinado quando havia alguma parte com anjos.
Me questionei, ainda criança, se minha vida seria pra sempre aquilo, aquele sofrimento, eu não tinha a menor noção de futuro ou de tempo.
A adolescência vinha chegando, e com ela os conflitos sexuais, e da própria fase, que já era complicada o bastante.
Fugi de casa, tive um acidente, eu praticamente morri...mas de algum modo, mesmo que não me lembre, havia um anjo me protegendo e guiando.
Aos 16, quase 17, morava sozinho, mas me sentia culpado pelo o que minha então religião me fazia pensar, que estava condenado pela eternidade.
Então pedi a Deus, num desespero na alma, numa oração do coração, que me mostrasse o caminho da verdade.
E ele mostrou.
Fui conhecendo a espiritualidade, fui estudando muito, e me surpreendendo a cada dia.
Uma das coisas que estudei foram os anjos, os 72 nomes sagrados de Deus, seu alfabeto, seus pantáculos e salmos.
Ah! Muita coisa aconteceu.
Na medida que o tempo passava, e a maturidade florescendo, fui deixando de lado tudo isso, me tornando mais forte como pessoa, enxergando o mundo de outras maneiras que não a espiritual...
Houveram épocas terríveis e outras maravilhosas, todas me moldando, mas havia uma coisa que jamais seria mudada em mim. A forma como vejo o mundo e as pessoas.
Eu vejo a injustiça. Eu vejo a fome. Eu vejo a miséria, a desigualdade, a dor, o sofrimento. Eu vejo a guerra e o ódio.
Mas não é só ver, eu sinto!
E isso dói. Dói muito, ao ponto de me fazer chorar um choro que parece não ter fim, de dor, de tristeza por ver que nós humanos nos tratamos assim. Houve uma época, lá pelos 20 e poucos anos, em que tentei lutar, conscientizar as pessoas sobre o que acontecia, e que tudo podia ser mudado, mas ninguém me deu ouvidos, estavam todos confortáveis com as desgraças do mundo, ou talvez anestesiados.
Eu me calei, me fechando num mundo só meu, ignorando todo o resto.
Eu apodreci como todo mundo, e sequei.
Mas existe uma coisa que pensava desde criança, e ainda penso até hoje
" Existe sempre uma saída"Existe uma solução para todas as coisas, existe esperança.
E isso me manteve vivo, com uma pequena chama ainda acesa dentro de mim.
Certa vez me perguntei porque eu era tão diferente das outras pessoas?
Por que eu via coisas , sentia a dor dos outros e ninguém mais a minha volta conseguia...no início eu achei que todos eram assim, mas não eram.
Dai me fiz uma pergunta, e ao mesmo tempo neguei dando risada de uma ideia tão estúpida. E a pergunta foi:
Será que sou um anjo?
Quase oito anos se passaram desde então, e a pergunta veio de forma diferente:
Se você não é um anjo, então o que você seria? Mas será possível anjos encarnados na terra para ajudar o mundo a se tornar um lugar melhor?
Eu pesquisei, e encontrei minha resposta.
Eu não estou só.Existem outros, estão em todo lugar, muitos deles não souberam como lhe dar e estão destruídos por dentro, outros ainda não sabem que são e milhares estão despertando.
Eu resolvi iniciar este blog, para registrar o que eu for descobrindo e aprendendo a respeito, para poder , talvez, ajuda outros despertos, ou pessoas próximas aos despertos.
Eu sabia que havia uma saída!
Thiago Cresley
